quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Philippson (Filipson), Judeus e Itaara-RS


Paro para escrever esse breve comentário tomado por uma forte emoção. Tenho para mim que há muita coisa em Itaara para ser contada. Estórias dentro da história que se estivessem no senso comum não teriam deixado Itaara estar como está (é uma opinião que tenho diante das potencialidades subutilizadas em Itaara. Tanto em recursos materiais quanto humano).

De origem portuguesa/espanhola/bugra/etc. sempre tive o interesse de ler sobre a história dos que vieram antes de nós. Em Itaara estou encontrando datas, nomes e “fatos” simplesmente espetaculares. Tanto dos “meus” quanto dos judeus.

Nossa! A história dos judeus em Itaara é algo espetacular. Posso citar muitas coisas, como a relação amiga e cordial entre gaúchos e judeus, ou a estrutura que eles lutaram para construir: uma usina de laticínios, por exemplo. Fico estarrecido em saber que eles fizeram tantas coisas em Itaara que hoje não existem mais. Nunca, nem pobres e nem ricos, que invadiram ou compraram as terras de outrora pertencentes aos judeus, se preocuparam de conservar.

É difícil falar qualquer coisa. Sugiro a leitura de três obras: “Memórias de Philippson” de Guilherme Soibelmann, com um lado mais didático; “Judeus de bombacha e chimarrão”, de Jacques Schweidson, para mim uma aula de sociologia e cultura; e “Filipson”, de Frida Alexandr, o romance dos judeus em terras de Itaara.

Sem mais palavras, posso dizer que enquanto estiver Secretário Municipal de Itaara lutarei para a criação de um espaço cultural para relatar e homenagear a história desse povo. Por fim, fico com as palavras de Érico Veríssimo para Frida Alexandr:

“Conte a sua história, a história de sua gente e da colônia. Tenho a certeza de que há de interessar a todos quantos são capazes de comover-se com o documento humano” (VERÍSSIMO, 1952).

Meu forte e sincero abraço aos judeus e seus descendentes de Philipson.